ENTREVISTA COM UMA COORDENADORA EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO MS
Maria (nome fictício) é coordenadora da EJA- Educação de Jovens e Adultos em uma escola pública no município de Nova Andradina. Esta escola possui em seu grupo de alunado um indivíduo com cegueira total e a entrevista aqui apresentada foi baseada neste aluno como indivíduo incluso.
1- Qual a idade deste aluno?
40 anos
2- Qual é a atitude dele em sala de aula enquanto aluno incluso?
Uma pessoa normal, ri, conta piada, participa da aula de maneira bastante crítica e até tem uma namorada ( risos), que o acompanha ( em algumas vezes) até a casa dele que fica nos fundos da casa do pai.
3- O aluno trabalha?
Não, ele é aposentado e vive com esta aposentadoria.
4- Este aluno consegue ter sua vida normal? Caminha, vai ao banco, mercado ou outros lugares?
Não, ele está em fase de adaptação, há um professor que o está ensinando a realizar todas estas tarefas.
5- O aluno está freqüentando a escola normalmente?
Não, ele está passando por um momento difícil, está em depressão por motivos pessoais.
6- Sua cegueira ( do aluno) e de nascença ou foi adquirida durante a vida?
A cegueira é conseqüência de uma doença incurável e crônica, que em alguns momentos causa angustia e dor
7- Quanto à estrutura, a Escola oferece recursos para esta adaptação do aluno à turma?
Em partes sim, no que tange ao humano, a Escola possui pessoal preparado, mas recursos físicos não. (risos) A escola está em reforma, assim, acreditamos que isto será solucionado
8- O professor escreve em braile para o aluno?Há um núcleo que faz este papel, mas para o professor é difícil, porque ele precisa escrever o que quer encaminhar ao núcleo, depois de alguns dias este material volta e o professor pode acabar ficando sem o material para a aula programada.
9- O aluno sofre algum ripo de preconceito?
Não, o aluno não sofre preconceitos até porque a turma em que ele está inserido é parte da EJA e só possui adultos na sala.
10- Você considera ele integrado ao grupo?
Sim, ele se sente bem com a turma, é um bom aluno e gosta do grupo que está ao seu redor. Eles o ajudam e passam a lidar com as diferenças, respeitando e ajudando ele no momentos que são necessários.
domingo, 6 de dezembro de 2009
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Acredito que esta situação desse aluno reflete a realidade de muitos alunos na condição dele, eu nunca trabalhei com um aluno com cegueira total, não tenho experiencia nessa área, mas ja conversei com professores e diretores de escolas onde trabalhoa com alunos nessa condição, e os relatos são positivos quanto a inclusão desses alunos. O fator regeição e preconceito por parte dos alunados e professores das escolas percebo que não existe, pelo contrário todos demonstran interesse em poder ajudar de alguma forma. O que ocorre em alguns casos é falta de acessibilidade e equipamentos necessarios para dar suporte a esses alunos, outro fator que vejo que está sendo estruturado gradativamente. Parabens Augusto pela entrevista, acho muito importante, por que nos tráz a realizade dessa situação..
ResponderExcluirGabriel Galiego Neto
Olá Gabriel,
ResponderExcluirEu também não tenho nenhuma experiência pessoal com esta deficiência, mas fiquei curioso em acompanhar a situação deste aluno e tentar entender ainda mais como é a vida dele, sem a visão do mundo com os olhos.